Nó é uma oferenda sagrada. Emociona, tira o fôlego, convida à reflexão, mexe com nossos fantasmas, os mais dolorosos, aqueles que assustam nossos sonhos. O que fazer diante do imprevisível? Deixar correr? Aceitar o acaso? Observar em silêncio? Esperar?
Marília e todo o seu amor por Lourenço vão nos ensinando o caminho brutal da perda de um bebê real, o fim de um sonho por nove meses acalentado. Em uma sequência de sentimentos e confissões, ela nos coloca, como testemunhas silenciosas e assustadas, tocadas e impotentes, diante de uma catástrofe que nenhum de nós consegue impedir, pesadelo de nossa frágil e vulnerável humanidade: a morte não anunciada, precoce, inimaginável.
A consciência da finitude que nos esmaga. Deixar correr… atravessar a dor… esperar… dor, silêncio… e o sentido marcante da transitoriedade. Passo a passo, Marília nos convida, com delicadeza ímpar e sensibilidade aguçada, a acompanhar o caminho da certeza da morte para o renascimento da vida.
Sua linda confissão, sua dor transpirada em gotas de superação, sua generosidade humana tocam o coração do leitor numa dimensão também transcendente. Sinto que, ao acompanhá-la nessa jornada, me tornei uma pessoa mais preparada para respeitar e saudar a vida no mistério de seus começos e de seu fim.
Muito obrigada por me incluir na intimidade desse percurso.
Sandra Fedullo Colombo
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