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Foi-se o tempo em que o consumidor, após ser bombardeado pela publicidade na TV, revistas, jornais e pontos de venda, acabava se rendendo ao apelo e levava um determinado produto para casa.

Hoje, cada compra é mediada por uma pesquisa básica na internet e as boas avaliações feitas por outros consumidores podem ser decisivas. Por esse motivo, as lojas on-line tomam muito cuidado para evitar fraudes nas avaliações, verificando se trata-se de fato de uma opinião verdadeira e espontânea.

Outra novidade é o poder dos blogueiros. São pessoas comuns que compartilham suas impressões sobre determinado produto na rede e, ao conquistarem certa audiência, acabam agindo como influenciadores.

Depois de passar algum tempo na rede se informando em diferentes sites, os consumidores ainda são “perseguidos” pelo produto nas redes sociais e nas caixas de e-mail, para, por fim, decidir pela compra.

E o que os livros têm a ver com isso?

Tudo a ver. Uma vez que passam a ser impressos em série ou multiplicados infinitamente para downloads, livros também obedecem certa lógica geral de consumo. É óbvio que cada leitor tem a sua formação e já acompanha determinados autores, editoras e coleções específicas, gêneros, estilos e tendências. Mas cada vez mais, um produto bem avaliado, comentado em diferentes mídias, resenhado por fontes diversas, vai ganhando mais chances de ser comprado e lido.

A não ser que você entre decidido em um site de compras a levar o livro X para casa, é inevitável verificar o que falaram nessa ou naquela avaliação. Um produto com muitas avaliações negativas está em desvantagem nessa história. E é por isso que aconselho que os autores tentem conseguir mais gente comentando sobre o seu livro nos sites de vendas, blogs e redes sociais.

Não é fácil. Só são avaliados livros que vendem e para um livro ser vendido, ele precisa ter boas avaliações.

Então, como faço para vender meu livro? 

Abaixo, aponto 10 caminhos possíveis para seu livro ser bem avaliado, aparecer e vender.

  1. Não é preciso falar, mas vale o lembrete: não trapaceie. Pagar para que pessoas entrem nos sites de compras e avaliem o seu livro está fora de cogitação. É desonesto com os leitores de fato e com a sua própria obra.
  2. Um caminho possível é a contratação do serviço de assessoria de imprensa, em que seu livro é oferecido para que seja resenhado ou ganhe indicações em revistas, jornais e sites. Porém, só costuma funcionar para autores com a carreira já consolidada ou para editoras conhecidas. Se você está no início da carreira, pode ser um dinheiro jogado fora.
  3. Provavelmente antes de publicar o seu livro, de forma independente ou mesmo antes de submetê-lo às editoras, você pediu para que um grupo de leitores de confiança lessem e avaliassem o material para você. É o primeiro passo para tornar um livro público, para publicar. É preciso coragem para ouvir avaliações positivas e negativas. Mas daí em diante tudo fica mais fácil. Esse grupo pode ser de amigos ou mesmo de profissionais pagos para fazer esse tipo de parecer. Não me parece nada ofensivo, após o livro ter ido ao ar, perguntar a cada um deles se eles não poderiam fazer uma avaliação pública do livro. Esses leitores desse círculo da confiança têm uma relação de intimidade com o seu trabalho e provavelmente não se importariam em ajudar o bom caminho da obra.
  4. Um grupo de leitores de confiança pode estar estruturado via e-mail ou ser um grupo fechado no Facebook, por exemplo. Para essas pessoas você pode oferecer trechos em primeira mão e, claro, exemplares gratuitos do livro pronto. Você deve convidar apenas pessoas que com certeza querem acompanhar o seu trabalho. Eles vão ser a vanguarda de divulgação da obra. Trate-os com a generosidade que eles merecem.
  5. Não se esqueça que, em tempos de redes sociais, é preciso quebrar um pouco a barreira da vergonha. Apenas peça. Não tenha receio de espalhar centenas de cópias de seus livros gratuitamente. Faça também um pedido delicado, e nunca insistente, para que esses leitores avaliem o livro. Atenção, se você distribuiu seus livros e teve poucas avaliações, sendo algumas delas ruins, não se desanime. É assim mesmo. O leitor tem liberdade total de ler ou não ler o exemplar enviado, comentar ou não, e, principalmente, gostar ou não gostar. Siga fazendo o seu trabalho.
  6. Já discutimos aqui a importância do mailing de leitores. Esse é um bom grupo para você enviar o livro em primeira mão com pedidos de avaliações para ajudar na vida útil da obra. São leitores que ofereceram o próprio e-mail a você porque têm interesse nesse tipo de interação, nessa relação mais próxima, de confiança.
  7. Nas redes sociais, também é possível divulgar o link de compra do livro na sua página pedindo avaliações, algo como “se você curtiu meu livro, clique no link e deixe registrado sua opinião. Isso ajuda a divulgar o livro na loja”. Pode ser uma boa ideia colocar algum dinheiro em um post desses para medir o resultado. Tudo varia muito do estágio em que está a sua Página de Autor.
  8. Existem redes sociais específicas para leitores, como o Goodreads e o Skoob. São ambientes que os leitores usam para descobrir livros, autores e compartilhar suas impressões. Vale dar uma espiada. Mas evite spams e siga as regras de cada grupo.
  9. Há no mercado milhares de canais tratando de literatura. São blogs, perfis no instagram, podcasts ou vídeos no youtube. Reserve um tempo mapeando os que te interessam, que tenham uma quantidade razoável de seguidores e que tratem de livros que tenham algum diálogo com o seu. Entre em contato, apresente-se, relacione-se e mostre que realmente conhece o trabalho realizado ali. Ofereça seu livro e diga o quanto seria legal ganhar uma resenha.
  10. Para autores iniciantes que optaram pela publicação independente em e-book, me parece uma boa ideia deixar o livro por um tempo, ou de uma vez, para download gratuito. Nem todos os livros desse tipo baixados são lidos, mas você vai se espantar como cresce o alcance da sua obra. Fica também muito simples enviar cópias para quem você quiser.

Resumindo: o livro é diferente de qualquer outro produto mas, mesmo assim, está inserido em uma lógica de vendas que é preciso conhecer e saber usá-la. Na era digital, as ferramentas de venda e promoção ficaram mais democráticas, mas entrou muito mais gente no jogo. Vale a pena testar alguns caminhos.

Um abraço,
Tiago Ferro

Imagem @freepik

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