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Empreendedora Marcele Porto publica seu primeiro livro e compartilha seus conhecimentos no assunto.

As mulheres são a maioria* do público leitor, mas em termos de autoria, têm bem menos representatividade. Dos livros nacionais publicados por grandes editoras, a predominância de autoria é dos homens**.

Uma das saídas encontradas por mulheres que escrevem e não encontram espaço para publicar seus livros por uma editora tradicional são as editoras menores que trabalham especificamente a publicação de livros de autoras ou editoras de nicho. Outra é a publicação independente, também conhecida como autopublicação.

Foi o caso de Marcele Porto. Professora convidada da FGV Management e instrutora de Economia Criativa e Empreendedorismo no SESC, é frequentemente convidada a falar quando o assunto é empreendedorismo.

Dona de uma visão estratégica aguçada, habilidade para superar desafios e compartilhar experiências, Marcele conquistou recentemente o Prêmio Melhor Mentora do Mundo pelos projetos apoiados pela YBI, no Global Youth Entrepreneurship Summit 2019, realizado em Cartagena, na Colômbia. A premiação é o reconhecimento pela sua colaboração no programa Guru de negócios desenvolvidos pela Aliança Empreendedora.

Se compartilhar experiências já era seu mote, fazê-lo na forma de livro foi um caminho natural. Em A alma feminina no negócio (152 págs., R$ 11,90), Marcele oferece um passo a passo para orientar mulheres a criar e ter sucesso no negócio próprio. Escreveu sobre as dificuldades de empreender sendo mulher, como começar o negócio, como manter a empresa e fazer tudo funcionar, além de contar como conciliar vida pessoal e trabalho. O que, inicialmente, era um projeto acadêmico, precisou virar um livro para atender a demanda de tantas ouvintes de suas palestras e mulheres que buscam livros sobre o assunto.

Em um momento em que as pessoas estão sem esperanças é importante demonstrar que é possível recomeçar.

 

Carioca, iniciou sua jornada empreendedora em 2013 à frente do primeiro hostel temático de cerveja do Rio de Janeiro, pelo qual levou o Prêmio Citi Jovens microempreendedores 2017. Marcele enfrentou a crise no Rio de Janeiro, fazendo do hostel um negócio de sucesso, até que precisou encerrar o empreendimento quando o proprietário do imóvel alugado resolveu vendê-lo.”Foi uma situação inesperada. Precisei analisar muito bem a situação do mercado para entender que a melhor opção era fechar o negócio em vez de procurar um novo espaço”, observa.

Para a empresária, as mulheres precisam se ajudar se quiserem a equidade de valorização do homem.

Minha percepção é de que a gente precisa ter igualdade dos gêneros no sentido da valorização do que a gente representa dentro da estrutura familiar e como essas coisas são construídas dentro da sociedade. A gente já conquistou muita coisa, mas ainda tem muita coisa a ser conquistada.

 

O desequilíbrio de representatividade é um fenômeno mundial. Tendo isso em vista, em 2014, a escritora Joanna Walsh propôs o projeto #readwomen2014. As pessoas compartilhavam nas redes sociais fotos dos livros de escritoras que estavam lendo usando a hashtag. Um ano depois, Juliana Gomes, Juliana Leuenroth e Michelle Henriques replicaram a ideia no Brasil e organizaram o #LeiaMulheres, com o intuito de estimular a leitura e a divulgação de livros de autoria feminina.

Veja aqui mais autores que publicaram pela e-galáxia.


* 52%, segundo Pesquisa Retratos da Leitura no Brasil 2015, realizada pelo Ibope.
** 70,6%, segundo pesquisa do Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea, da Universidade de Brasília.
Demais fontes: pesquisa Libre e entrevista com Arantza Larrauri (Publishnews).

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