Uma viagem que, por desígnios do Destino, vai fadada a não chegar ao destino esperado.
Da tragédia, apenas uma passageira sobreviverá, pois ainda há tarefas a cumprir e mesmo que muito se questione, não há como transferir a outros essa obrigação, já que foi para isso que “nasceu” e tem vivido desde então.
Um homem, desperto por um chamado que, de muito longe, lhe anuncia o passamento de M., anúncio que põe em funcionamento as engrenagens da memória que, como um “coveiro às avessas”, começa a desenterrar do infindo campo do passado, um terreno que habitamos com nossas roupas feitas do presente, lembranças das coisas vividas, saudades sentidas, lamentos que vêm pedir guarida, e que o levam a se perguntar, antes que o próximo chamado anuncie ser ele o extinto da vez, o que fez da vida.
Cosida com a agulha de Tânatos, tramada a partir do fluxo de consciência dessas personagens, com lirismo, certa dose de ironia e um tanto de reminiscências literárias, estela — com letra minúscula mesmo, convida a uma reflexão sobre o que faz de cada vida algo único, inigualável, aquilo que, de tudo o que se vive, merece ser posto no papel para que os olhos de nossos pósteros possam ver, o que vale ficar indelevelmente inscrito na pedra.
Reviews
There are no reviews yet.