Autor(a)

Lima Barreto

Afonso Henriques de Lima Barreto (1881-1922) nasceu no Rio de Janeiro. Era mestiço, filho de escrava liberta e de um tipógrafo. A morte precoce da mãe e a neurastenia do pai o obriga a deixar a Politécnica para sustentar a família ocupando um cargo burocrático no Ministério da Guerra.

Grande cronista de costumes do Rio de Janeiro, Lima Barreto passou a colaborar para diversas revistas literárias, como "Careta", "Fon-Fon" e "O Malho". Crônicas de Bruzundanga (e-galáxia) reúne alguns desses ensaios, crônicas, contos e cartas que discutem a inserção do escritor no princípio de sociedade de massa no Brasil.

Em 1911, escreve e publica Triste fim de Policarpo Quaresma em folhetim do Jornal do Comércio. O livro seria editado em livro quatro anos depois.

Livros do(a) Autor(a)

Crônicas da Bruzundanga

R$20,90

Os textos selecionados para esta edição tratam, por um lado, daquilo que Lima Barreto chamava de literatura militante, e, por outro, como essa atuação acontecia nos periódicos. Nesse sentido, o leitor tem aqui uma mistura de ensaios, crônicas, contos e cartas que discutem a inserção do escritor naquele princípio de sociedade de massa no Brasil. Junto com a caricatura, a fotografia e o cinema, a literatura breve era, naquele momento, um dos meios mais eficazes nos esforços de comunicação de massa. Lima Barreto vê nesse novo contexto uma possibilidade de utilizar a arte literária como motor de mudança de mentalidades, focando principalmente o público de trabalhadores de colarinho branco que surgiam naquele momento, muitos deles recém-alfabetizados, e que se espalhavam pelos subúrbios das grandes cidades ou viviam em outras regiões do país.

O conto “A nova Califórnia” inicia a seleção que aqui apresentamos. A versão que trazemos a público pela primeira vez foi publicada originalmente na Revista Americana em março de 1911, e é não só um exemplo da intensa relação que o autor manteve com a imprensa e de sua perspectiva sobre o que significava fazer literatura na emergente sociedade de massas, mas também de sua crescente reputação no meio literário da época.

O ensaio “A literatura militante de Lima Barreto”, de autoria do pesquisador e organizador desta obra, Felipe Botelho Corrêa, abre o livro.