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Os 3Ds – desmaterialização, desmonetização, democratização – formam a base da chamada revolução digital.

Explico. As áreas fortemente afetadas pela internet costumam apresentar, em menor ou maior grau, essas três características básicas: diminui a quantidade física de objetos para realizar uma atividade (desmaterializa), reduz o valor pago para se fazer a mesma tarefa (desmonetiza) e mais pessoas têm acesso ao serviço ou produto (democratiza).

Basta pensar na área da comunicação para ter um quadro claro do processo: o que há pouco tempo dependia de caríssimas ligações internacionais realizadas por meio de linhas telefônicas fixas, hoje basta um celular e uma conexão wi-fi para que as pessoas se conectem com eficiência com o mundo todo pagando muito pouco.

Essas mudanças também podem ser observadas em áreas como música, filmes, jornalismo e, no mercado editorial com a chegada dos e-books em formato epub para serem lidos em aplicativos. Faço essa distinção quanto ao tipo de e-book porque perdeu-se muito tempo com PDFs que proporcionavam uma leitura desconfortável, o que atrasou o processo todo e acabou afastando alguns leitores do mundo do livro digital.
Mas isso mudou!

Recentes pesquisa mostram o crescimento do e-book dentro da receita e do volume de vendas de grandes editoras. Isso para não falar das possibilidades que foram abertas para autores independentes.

Editoras de tijolo e concreto, gráficas com máquinas dignas da primeira revolução industrial, muito papel e tinta, caminhões para carregar livros e por fim a luta inglória por espaço em uma loja também de tijolo e concreto. O e-book desmaterializa todo esse processo e o produto final. O custo para se produzir um livro com qualidade cai e consecutivamente o valor de capa também; há também a forma de acesso aos livros por streaming, assinaturas mensais e gratuitos – desmonetiza. As regiões distantes dos grandes centros e faixas da população com menos poder aquisitivo ganham acesso a esses livros digitais – democratiza.

Hoje há mais opções de publicação independente do que jamais houve! Isso significa maiores chances para que autores tenham suas obras publicadas e disponíveis em livrarias do mundo todo. Isso cria um mercado mais aberto e criativo.

Tiago Ferro
editor da e-galáxia


imagem: Vectors Market

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