Este livro é composto de cinco ensaios, que podem ser lidos separada ou associadamente. Neles o historiador Júlio Pimentel Pinto busca os fios da história da literatura policial. “No princípio era Poe”, ensaio de abertura, propõe um panorama histórico assistemático da origem dos relatos de enigma, insistindo na primazia poeana e identificando a constituição de procedimentos e métodos investigativos compartilhados pela polícia real e por policiais imaginários.”Borges, autor de policiais” analisa a peculiaridade dos policiais borgeanos escritos na obra individual e na obra em colaboração com Adolfo Bioy Casares.”A zona indeterminada do real” busca a emergência e os deslocamentos do policial em escritos de Ricardo Piglia. “O silêncio da Sicília” discute aspectos das obras de Leonardo Sciascia e Andrea Camilleri, suas narrativas policiais ocasionalmente sem elucidação e a expressão do gênero como denúncia política. “Notas da zona de sombras” recorre ao alemão W. G. Sebald como ponto de partida para esboçar as considerações finais deste trabalho.
Explorando os entremeios
R$39,90Cultura & comunicação na literatura de João Guimarães Rosa.
O presente volume interdisciplinar reúne 13 contribuições de autores brasileiros e europeus das áreas da filologia, estudos culturais e comunicação que versam sobre os paradigmas da comunicação e da intersubjetividade na obra narrativa de João Guimarães Rosa. Aproximando-se dos meandros literários de Rosa, responsáveis pela íntima concepção internacionalizante de Brasil na sua obra, o volume enfoca dinâmicas que perpassam extensões linguísticas, ontológicas e culturais da literatura rosiana. Na radicalidade da criação literária de Rosa refletem-se a transgressão linguística e o diálogo entre poética negativa e antropologia. Um fenômeno central que nos preocupa é sua exploração dos entre-espaços, dos limiares – que achamos por bem sintetizar na noção do entremeio. Desse modo, Rosa engendra uma dialética da comunicabilidade do incomunicável, buscando assim criar uma forma de acesso ao inacessível através de seu imaginário linguístico e compreensão da comunicação numa acepção ritualística. Tenciona-se destacar a importância da obra de Rosa como precursora das rupturas epistemológicas no logos ocidental pós-moderno, antecipando formas de pensar a subjetividade e a alteridade que só se sistematizariam mais tarde na filosofia, nos estudos pós-coloniais, estudos de gênero e fenomenologia do estranho.
Avaliações
Não há avaliações ainda.